31.8.05

PAMPAM

Ilustardor, Designer, Autor de BD, e... amigo! Desenho feito a partir de: foto ©1988, Cláudia DG 75 "estranhos mistérios" ©1999 Pedro Morais; "tantam" ©2000, Pedro Morais

30.8.05

Música em Stravinsky

..."A música é o único domínio em que o homem realiza o presente. Por imperfeição da sua natureza, o ser humano está destinado a sofrer o ser do tempo - das suas categorias de passado e de futuro - sem nunca poder tornar real, logo estável, a do presente. O fenómeno da música foi-nos dado com o único fim de instituir uma ordem nas coisas, incluindo - e principalmente - uma ordem entre o homem e o tempo. Para ser realizado, exige, pois, necessariamente e unicamente, uma construção. Efectuada a construção, atingida a ordem, tudo está dito. Seria vão procurar nela ou esperar dela outra coisa. É precisamente essa construção, essa ordem atingida que produz em nós uma emoção de um carácter absolutamente particular, que nada tem em comum com as nossas sensações correntes e as nossas reacções resultantes de impressões da vida quotidiana. Não é possível precisar melhor a sensação produzida pela música do que identificando-a com a que provoca em nós a contemplação do jogo das formas arquitectónicas. Goethe compreendia-o bem ao dizer que a arquitectura é uma música petrificada." Stravinsky, Chroniques de ma vie, Paris, Denoël, 1935, 2000, pp.69-71

29.8.05

25 anos pelo teatro

desenho baseado na capa original de Otelo Azinhais Nov.1965 da peça a promessa. Cena IV " A Promessa" (somente as três velhas, em cena. Nasce o sol: luz vermelha incidindo sobre a porta cerrada de maria do Mar. Sempre, até ao fim do acto, o alarido do povo.)

1ª velha-(com os punhos dirigidos para a casa de Maria do Mar) que te beba o mar ruim, maldita! 2ª velha-Que te abracem mil polvos, perdida! 3ª velha-Que te cegue o sal marinho, matadora!

1ª velha-Esta própria noite...

3ª velha-Quando bater meia-noite...

1ª velha- (indicando a porta) Ali, deixarei um sapo grande...

2ª velha-Grande, com ervas daninhas...

3ª velha-Bem cheio o ventre aberto!

1ª velha-Três vezes hei-de furar...

2ª velha-Os olhos do gato preto...

3ª velha-Preto e vivo!

1ª velha-Com o sangue menstrual...

2ª velha- Pela primeira vez florido...

3ª velha-Em útero virgem...

1ª velha-Faremos naquela porta...

2ª e 3ª velha-(Benzendo-se, lentamente.) O sinal da cruz.

25.8.05

Felicidade

" Obter a felicidade de si próprio, de um bom dia de trabalho, da aberta que ele pôde trazer ao nevoeiro que nos cerca. Pensar em todos aqueles que triunfaram, lembramdo-se das dificuldades dos seus começos e gritando com convicção: "Era no bom tempo." Pois para a maioria; Triunfo = Prisão. E o artista nunca deve ser prisoneiro: Prisoneiro? Um artista não deve nunca ser: prisoneiro de si próprio, prisoneiro de uma maneira, prisoneiro de uma reputação, prisoneiro de um sucesso, etc. ... " Diz-se que os artistas japoneses da grande época mudavam de nome várias vezes na vida. Gosto disto; queriam salvaguardar as suas liberdades. Écrits et Propos sur l'Art Matisse

J O L Y

Vi-o em 1985 no Chiado, num dia de Inverno. Ontem ouvi as Versões Sinfónicas sobre uma canção popular do Alentejo - Sinfonia nº4, Joly Braga Santos - Orquestra Sinfónica Nacional da Irlanda, dirigida por Álvaro Cassuto. Deixo mais uma memória. Joly Braga Santos (1924-1988) Foi bolseiro em Itália, para musicologia, composição musical e direcção de orquestra. Estudou com Virgílio Mortari, Gioachino Pasqualini, Alceo Galliera e Hermann Scherchen, cujo Curso Internacional de Regência frequentou com Luigi Nono e Bruno Maderna. Em Portugal, Joly tornou–se uma figura de destaque na direcção de orquestra e durante um longo período de tempo deixou de lado a composição. Refere–se a essa fase como um período "sabático Em 1965, criou, a Quinta Sinfonia. Esta obra foi o seu último trabalho puramente orquestral, pois a Sexta Sinfonia foi composta para coro e soprano. A música de Joly Braga Santos pode ser vista principalmente como uma fusão dos vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz: «Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia ser o resultado dessa criação.» A melodia era para ele a razão de ser da música. Joly Braga Santos pertenceu ao Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional, foi Director da Orquestra Sinfónica do Porto, Maestro Assistente e de Captação da Orquestra Sinfónica da RDP, professor de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa, crítico e articulista, entre outros do Diário de Notícias, e fundou ainda a Juventude Musical Portuguesa. João de Freitas Branco, salientou a generosidade cultural do maior sinfonista português. «Ele é o inverso do artista que se dirige apenas a minorias privilegiadas. Ele queria que muitas pessoas viessem a usufruir da sua arte.» Comunicar para ele era essencial, contribuindo para isso o seu espírito aberto. Pai de uma família muito unida, adorava as suas filhas, a quem chamava as suas «maravilhas pequeninas» Foi eleito pela UNESCO como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea de então, Joly Braga Santos disse de si próprio, parafraseando Stravinsky, «Não me considero compositor, mas sim inventor de música.» Morreu em Lisboa, em 1988.

QUANDO ELAS DESPERTAM

QUANDO ELAS DESPERTAM Procura guarda-las poeta, por poucas que sejam de guardar, do teu amar as visões. Coloca-as meio ocultas nas tuas frases. Procura detê-las, poeta, quando em tua cabeça elas despertam. de noite ou na luz crua do meio-dia

24.8.05

Glenn 70 anos

desenho inspirado : CBC poster for The Art of Glenn Gould radio series, 1969

23.8.05

O traço inadiável

..."Com os alunos mostro-lhes vários exemplos, como o meu caderno que trago sempre comigo, e mostro-lhes com a maior simplicidade. Eles tanto podem desenhar este automóvel que está à nossa frente, como aqueles três caixotes do lixo, como podem fazer uma variante sobre aquele lettering ali, ou o grafitti, etc. O Diário gráfico é um registo do quotidiano que nós pretendemos tornar mais forte e que possam influenciar os outros. Devem “correr de mão em mão”. Deve ser um incentivo ao espírito de camaradagem e ao espírito de geração. Penso que isto também é fundamental e que se pode desenvolver através destes registos inadiáveis que se chamam Diários Gráficos". Lagoa Henriques in diário gráfico

12.8.05

(02) Diário de Bordo férias 2005

"SE PEDISSEM a Frida Kahlo e a Diego Rivera para pintar o seu ideal de diva para o México actual, se convidassem Salvador Dalí para dar uns palpites, o resultado não seria tão espectacular como é Astrid." in FMM site. Para encontrar Astrid na net carregar no título (02) nt 2005

10.8.05

(01) Diário de Bordo férias 2005

Diário de Bordo férias 2005 29.07.05> Todos os anos no final do mes de Julho, o festival "FMM músicas do mundo" em Sines é uma referência no panorama dos festivais de Verão; não só pela qualidade dos músicos convidados, como pelo seu carácter "democrático" com os "telões vídeo" espalhados pelo centro da cidade, para poder assistir aos concertos. Este ano fervoroso "habitue" do festival lá fui eu, desta vez com um aliciante: Hermeto Pascoal. Antes do espetáculo à noite na capela Capela da Misericórdia tive a rara oportunidade de assistir e participar numa conversa com o Multi-instrumentista e compositor, Hermeto. Foi um a hora memorável. aqui ficam algumas fotografias:

7.8.05

as férias...

férias... acabei de chegar da "cidade luz". mesmo em Julho ela continua cheia de vida e luz. Trois allumettes une à une allumées dans la nuit La premiére pour voir ton visage tout entier La seconde pour voir tes yeux La dernière pour voir ta bouche Et l'obscuritè tout entière pour me rappeler tout cela En te serrant dans mes bras. Jacques Prevert